No final daquele dia ocupou o mesmo lugar de sempre na sua sala solitária. Tudo o que havia era silêncio. O sol, que se tinha escondido nos últimos dias, brilhava. Na rua, uma imensidão de oportunidades. Estava tudo no percurso certo, a Primavera começava a despertar... Olhou em volta. Apesar de todos os móveis ainda existiam muitos espaços vazios, sobretudo no seu coração. Nela não existia tristeza ou arrependimento, mas o suspiro começava a tornar-se pesado... Questionava-se insistentemente sobre quais os motivos que a teriam levado a revelar-lhe parte da sua vida e até que ponto não estava arrependida de o ter feito.

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